Conflito entre Rússia e Ucrânia é apontado como um dos motivos desse déficit
O SindHosp-Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo alerta que estão em falta medicamentos nos hospitais da rede privada no estado de São Paulo.
“O problema de abastecimento tem múltiplas causas, sendo a principal o conflito Rússia X Ucrânia, que dificultou as importações e causou aumento dos preços dos insumos. Soma-se, ainda, a dificuldade de liberação dos produtos nos portos e aeroportos devido a movimentos grevistas”, destaca o médico Francisco Balestrin, presidente do SindHosp.
Para avaliar a extensão da falta de medicamentos, o SindHosp está encaminhando nova pesquisa junto aos hospitais privados paulistas, já alertando autoridades para esse grave momento.
As maiores queixas de falta de medicamentos incluem a dipirona, solução injetável padronizada na maioria dos estabelecimentos de saúde no país pela sua ação analgésica e antipirética; ocitocina, utilizada em partos; a neostigmina, um reversor de bloqueio neuromuscular utilizado em anestesias gerais.
Ainda integram a lista de faltas os aminoglicosídeos (amicacina e gentamicina), que são bactericidas, inibidores de síntese proteica das bactérias sensíveis, e imunoglobulina humana, utilizada no controle de desordens imunológicas e inflamatórias específicas, incluindo púrpura trombocitopênica idiopática (PTI), Síndrome de Kawasaki e Síndrome de Guillain-Barré.
Yussif Ali Mere Jr., presidente da Fehoesp-Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, alerta para o risco de desabastecimento maior, uma vez que os hospitais estão vulneráveis a inúmeros problemas de ordem interna e externa, de saúde, econômicos ou políticos, e é preciso uma política cuidadosa para que não falte suprimentos na ponta, para o paciente.