Falar de desafios no setor da Saúde pode ser considerado quase um pleonasmo. Trata-se de um terreno que, por sua própria natureza, é constantemente desafiador, permeado por obstáculos diversos.
No entanto, no limiar de 2024 é impossível não se questionar: o que vem pela frente? É preciso entender o cenário, diagnosticar problemas e, principalmente, catalisar as soluções e os caminhos que podem auxiliar na busca incessante por eficiência e qualidade.
Sem dúvidas, mais um ano desafiador se aproxima e exigirá, de maneira inconteste, planejamento, estratégia e investimentos em tecnologia. Mas como pôr tudo isso em prática?
Murilo Fernandes, CEO da Salux Technology, acredita que, diante da instabilidade, da escassez econômica e das adversidades que o mercado vem enfrentando, a preocupação está muito mais em lidar com a ambidestria organizacional, ou seja, em pensar no presente e no futuro paralelamente, para equilibrar custos e efetividade.
Mesmo porque, nessa fase atual, a ideia de que a transformação digital precisa acontecer já está consolidada entre as empresas.
São inúmeros os fatores econômicos e mercadológicos que impactam nas decisões de investimentos e colocam em risco a sustentabilidade do sistema de saúde, nos âmbitos público e privado.
Essa não é uma percepção subjetiva, mas reafirmada por dados. A população do país chegou a 203,1 milhões em 2022, com aumento de 6,5% frente ao censo demográfico anterior, realizado em 2010. Isso representa um acréscimo de 12,3 milhões de pessoas no período.
Ao mesmo tempo, com base em números da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), observa-se que somente um milhão de pessoas migrou para a saúde suplementar, aumentando a pressão em um sistema de saúde, habitualmente acostumado com poucos recursos.
Conforme nota técnica divulgada pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), em parceria com a Umane, um comparativo entre 2013 e 2023 mostra que o orçamento da Saúde cresceu apenas 2,5%, indicando um cenário de estagnação orçamentária. Mas os desafios não param por aí.
Nesse ínterim, houve um notório aumento da sinistralidade e também no índice de cobranças feitas pelos hospitais que foram glosadas pelas operadoras.
Levantamento da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), conduzido entre 28 de agosto e 2 de setembro, mostra um montante de R$ 1,29 bilhão em glosas em aberto, equivalente a 9% da receita bruta das instituições de participantes da pesquisa, em contraste com o padrão histórico de 3,5%.
Além disso, também demonstrou um aumento no prazo de recebimento das faturas pelos hospitais, que passou de uma média de 70 para 120 dias.
Para Fernandes, não há dúvidas de que a digitalização segue sendo uma uma poderosa aliada para tais desafios.
Afinal, com o uso da tecnologia, é possível melhorar o processo, aumentar a efetividade, fazer uma gestão mais estratégica de estoque e garantir um controle do faturamento, bem como que todos os procedimentos estejam na conta do paciente.
Além disso, a automação permite reduzir glosas decorrentes de erros usuais, entre outros inúmeros benefícios. No entanto, há sempre o outro lado.
Por mais promissoras que sejam essas mudanças, os desafios de avançar, não são menos imponentes.
“É evidente que o setor está atrasado e muito aquém do que seria necessário para de fato proporcionar essa transformação e enraizar uma cultura digital entre as instituições de Saúde, especialmente se pensarmos no potencial. Entretanto, vemos um estrangulamento de caixa para financiar a saúde em todos os setores, ora por aumento de uma demanda populacional, ora por um achatamento na questão dos pagamentos. Diante dessa necessidade recorrente de sempre estar fazendo mais com menos, obviamente é difícil conseguir investir em tecnologia, mesmo sabendo que lá na ponta, ela irá se pagar”, reflete o CEO da Salux Technology.
Segundo o CEO, isso justifica como fundamental a necessidade de se ter previsibilidade de investimentos e gastos para a gestão desse ambiente de tecnologia para que as empresas consigam avançar com essa transformação digital.
O executivo complementa que, nesse sentido, os players de tecnologia têm um papel importante, seja para ajudar a traçar a melhor estratégia, apresentar a melhor inovação ou para aumentar a proposição de valor da tecnologia, oferecendo alternativas e soluções que atendam às necessidades de todos os lados.
“A nossa visão é que 2024 será um ano desafiador e, por isso, queremos nos posicionar cada vez mais como um parceiro estratégico one-stop-shop que tem todas as soluções e que centraliza essa responsabilidade para a instituição de saúde. Entramos com a infraestrutura, passando pelo software, recursos humanos, manutenção e suporte para garantir toda essa operação, de maneira que seja previsível e que a organização possa colocar essa gestão do ambiente de tecnologia em um custeio constante. E, claro, que ela foque no seu core que é o atendimento assistencial, a gestão do paciente, a excelência clínica”, enfatiza Fernandes.
A Salux Technology, empresa de tecnologia 100% brasileira com forte especialização em gestão hospitalar, que desde 2021 faz parte do Grupo Bringel, tem investido em aquisições e parcerias que permitam oferecer cada vez mais soluções especializadas e focadas nas necessidades dos clientes, de ponta a ponta.
O objetivo, em 2024, continuará sendo democratizar o acesso à tecnologia para além da “bolha” das instituições que já têm maturidade tecnológica, apoiando, por meio de uma oferta de soluções as a service, para que se tenha previsibilidade de custos e gastos, garantindo, assim, a transformação digital.