Suíça, Investir ou não? Essa é a questão, por Ricardo Brito

Minha jornada no mercado de saúde teve início há 24 anos. Meus primeiros 15 anos de trabalho no segmento foram em diferentes empresas de medicina de grupo, autogestão e seguradoras e os demais 9 anos e atual momento, na indústria de produtos médicos.

Tem sido enriquecedor trabalhar e entender o funcionamento desse mercado que, hoje, ocupa o oitavo lugar no mundo e cresce anualmente há mais de uma década.

Nossa história com a Suíça iniciou-se devido o enfrentamento de uma crise no Brasil. Naquele momento não tínhamos outra escolha: precisávamos mudar nosso posicionamento estratégico. Deixar de ser uma empresa que atendia principalmente o Sistema Público – SUS e começar a participar das demandas do mercado privado.

Foi um grande desafio, mesmo considerando que o Brasil é o único país do mundo onde o mercado privado é maior que o mercado público. Essa mudança de posicionamento estratégico dependia de diversos fatores relacionados aos nossos produtos, mas também à percepção dos nossos clientes em relação à nossa marca.

Fatores como conhecimento técnico, tecnologia de ponta, precisão de usinagem, seriedade, competência, logística, estabilidade econômica e um extenso e integrado hub de inovação focada na área médica, nos abriram as portas de oportunidades na Suíça, o maior Medtech do mundo.

Graças a todos esses fatores intrínsecos na conhecida bandeira vermelha e branca, nosso reposicionamento estratégico através de pesquisa, desenvolvimentos e fabricação de produtos foi um sucesso.

Através dessa nova oferta de valor, alcançamos o marco de 30% das receitas geradas através de vendas ao mercado Privado.

Fabricar com precisão, qualidade e alto volume, viabiliza a operação Suíça e garante que o resultado final seja excelente.

Em meio a pandemia, quando falamos em investimentos e olhamos o cenário mundial de hoje, ficamos perplexos de como devemos agir para enfrentarmos o futuro incerto que nos espera.

Em nossa empresa resolvemos acelerar tudo que podemos para crescermos no nosso mercado de atuação, e a operação internacional, que começou há sete anos, agora é mais estratégica do que nunca!

Apesar de um câmbio desfavorável, ainda assim é vantajoso investir e produzir na Suíça.

Claro que chegar até aqui não foi fácil, mas tivemos suporte e investimento do governo Suíço e muita ajuda do consulado da Suíça em São Paulo.

Quando você está inserido num ambiente inovador, estruturado, com uma ampla cadeia de fornecimento, profissionais altamente qualificados, suporte governamental, moeda estável, matéria-prima acessível e sem variação de preço, o retorno do investimento é previsível e garantido.

É fundamental levar em consideração que durante o processo de internacionalização de uma empresa haverá desafios incalculáveis, relacionados à capacidade de adaptação ao ambiente nos aspectos culturais, sociais e econômicos.

É necessário tempo e energia para que as equipes se integrem e superem as barreiras da diferença cultural, do fuso-horário e do idioma. A motivação e persistência que move as equipes vêm de uma liderança engajada no propósito maior e focada no resultado de longo prazo.

O ponto-chave está em aproveitar e valorizar o melhor de cada país. Criar um círculo virtuoso em torno das oportunidades de negócios permite rentabilizar o melhor de cada operação.

A nossa experiência aqui na Suíça viabilizou nossos negócios no Brasil e nos países para os quais exportamos nossos produtos, agregando valor à nossa marca e abrindo oportunidades que nunca imaginaríamos se não tivéssemos a coragem de ter atravessado as fronteiras.

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