Uma prancheta e um sonho: Ele descobriu na arquitetura uma forma de transformar a Saúde

Flávio Kelner resume a sua atuação profissional em duas palavras: sentimento e experiência. Esses dois elementos nortearam não só os seus passos pelo cenário da arquitetura como também a sua forma de liderar.

“Primeiro, os outros e depois a gente, ou seja, é preciso unir o time e fazer com que cada colaborador possa dar o melhor de si para o crescimento da empresa, para o melhor projeto, para uma melhor eficiência. O grande líder é o que consegue fazer isso: se colocar no lugar dos outros e colocar os outros na frente dele mesmo, valorizando a equipe”, afirma.

É esse o papel que ele vem desempenhando, há 35 anos, como sócio fundador da RAF Arquitetura, uma empresa que surgiu das pranchetas da Faculdade de Arquitetura da Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro, na década de 1980, onde Rodrigo Sambaquy, Aníbal Sabrosa e Flávio se conheceram.

No último período da faculdade, eles fizeram um estágio juntos, em um escritório que desenvolvia projetos na área de saúde. Ali, com os três mais próximos e unidos, nasceu uma parceria maior e a ideia de desenvolver seus próprios projetos sozinhos. Assim, decidiram empreender e começaram a jornada de empresários.

O ano era 1989 e o escritório era composto apenas pelos três sócios. Cada um cuidava de uma área específica: Flávio ficava na gestão e área comercial, Aníbal cuidava da área de projetos e das obras, e Rodrigo atuava na área de design.

“Nos instalamos em uma sala no centro da cidade do Rio que pertencia avó do Aníbal e assumimos o espaço sem custo. A avó do Aníbal sabia que não tínhamos dinheiro e liberou o espaço para nós. Lembramos disso até hoje porque ela foi muito importante no nosso início e foi uma inspiração também. A partir daí, fomos crescendo e, a cada ano, era um novo desafio e uma nova conquista”, lembra Kelner.

E, em se tratando de conquistas, uma das mais significativas foi no quadro societário: Henri Medalla, Cynthia Kalichsztein e Guilherme Carvalho se uniram ao time para desenvolver projetos em todo o Brasil. Com isso, veio mais uma vitória: a consolidação do escritório da RAF em São Paulo, com atuação em âmbito nacional, e comandado por Cynthia.

Dois projetos se destacam na capital do estado: o Parque Global, a maior obra do mercado imobiliário da América Latina, e as obras de reforma e revitalização do Distrito Anhembi, onde funciona o pavilhão de Convenções do Anhembi.

“Nós brincamos que tem projetos nossos pelos rios de São Paulo, da Marginal Pinheiros à Marginal Tietê. Essa expansão é uma conquista extremamente significativa para o nosso escritório, que teve início na sala emprestada no centro do Rio e hoje tem um portfólio expressivo pelo país”, ressalta.

No Rio de Janeiro, cidade natal da RAF Arquitetura, também há um projeto muito importante sendo desenvolvido que é o novo Campus Integrado do Instituto Nacional do Câncer (INCA), uma obra pública de grande relevância para o Brasil e a América do Sul. Além disso, acabou de ficar pronto o Terminal Intermodal Gentileza, um projeto de revitalização da área do porto do Rio de Janeiro, em que o escritório criou um terminal que integra BRT (Bus Rapid Transit ou, na tradução, ônibus de trânsito rápido), VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e ônibus municipais.

Os desafios também estão lançados: em 2024, Flávio e sua equipe têm a missão de terminar as obras em andamento e conquistar projetos novos, além de intensificar os investimentos em novas tecnologias para arquitetura, a fim de conquistar ainda mais qualidade e eficiência nos projetos.

Hoje, a RAF conta com mais sócios e uma equipe robusta, que realiza projetos nas mais diversas áreas, mas também se mantém fiel ao viés inicial que os uniu: a saúde. Flávio reforça que, desde a sua fundação, o escritório vem participando da história da saúde do Brasil por meio da arquitetura.

“Vivenciamos diversas histórias, desde os primeiros planos de saúde, o crescimento de todas as redes, a abertura de capital de várias empresas até o jogo de aquisições e fusões entre elas. Nós iniciamos a história, vivenciamos isso e agora veremos a continuação dos próximos passos dessa história. Isso nos orgulha muito: ter vivido também a história da saúde brasileira”, finaliza.

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