Aconteceu em Brasília, nesta quarta-feira, 28, o Welcome Saúde 2024, o evento é responsável por abrir o calendário do ano para o setor. Com o tema “Perspectivas políticas e econômicas para a Saúde em 2024”, o Welcome Saúde reuniu líderes, autoridades públicas e especialistas para discutir a Agenda do setor para o ano que se inicia.
O evento contou com uma palestra de abertura, duas mesas de debates e momentos estratégicos de networking. Questões como integração da saúde pública e suplementar e desafios de gestão e financiamento foram destacados pelos speakers presentes.
Em seu discurso de abertura, Edmilson Jr. Caparelli, presidente e publisher do Grupo Mídia, destacou que o objetivo do Welcome Saúde é proporcionar oportunidades de conexão, oferecer uma análise dos cenários do setor e promover o desenvolvimento do país a partir das soluções propostas.
“Nosso propósito nesta tarde é debater as perspectivas políticas e econômicas para o nosso setor, mas também ir além! É traçar uma agenda sólida para o ano que começa, pautada em sustentabilidade, eficiência e inovação. É também conectar a nossa comunidade de saúde. E conexão é oficialmente o DNA do Grupo Mídia”.
Desafios para a Saúde
A palestra que abriu a tarde de debates sobre perspectivas políticas e econômicas para o setor de Saúde brasileiro no Welcome Saúde 2024 foi comandada por Carlos Eduardo Gouvêa, presidente do conselho de administração da ABIIS e presidente executivo da CBDL.
Com o tema “Política, Economia e outros Desafios para uma Saúde Sustentável”, o executivo analisou dados do setor e abordou os desafios políticos, econômicos, de ética e de inovação da Saúde.
“47% da população global tem muito pouco ou nenhum acesso a diagnósticos, inclusive de imagem, que é algo essencial para a saúde”, Carlos Eduardo Gouvêa, presidente do conselho de administração da ABIIS – Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde.
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Rumos da política
A primeira mesa de debates teve como tema “Rumos da política de 2024 e seus reflexos para a Saúde brasileira”. Moderado por Fernando Silveira Filho, Presidente Executivo da ABIMED, o debate foi composto por Adriana Ventura, Deputada Federal, Pedro Westphalen, Deputado Federal, Dr. Hiran Gonçalves, Senador, e Luiz Ovando, Deputado Federal.
Além de debaterem políticas públicas do setor, os debatedores comentaram sobre equidade do SUS, Saúde Digital e avanço da Saúde brasileira.
O senador dr. Hiran Gonçalves abordou a importância de diagnósticos: “Quanto mais cedo o paciente tem o diagnóstico, maior é a probabilidade de cura, sobrevida e qualidade de vida do paciente. O diagnóstico precoce do câncer é fundamental, pois é possível analisar que a doença tem cura ou tratamento. E seria um sonho ter isso no SUS de forma ágil e igualitária”.
A deputada federal Adriana Ventura levantou a questão sobre o uso da Inteligência Artificial (IA) aplicada à saúde e o uso de outras tecnologias emergentes. Para ela, a categoria da Saúde precisa ouvir e participar desse debate para que a tecnologia seja utilizada de forma ponderada.
“Precisamos tomar cuidado para regulamentar a Inteligência Artificial e é necessário observar como os outros países lidam com esse tópico, porque não pode ser algo desregulado e nem tão engessado”, Adriana Ventura, deputada federal.
Ainda, o deputado federal Pedro Westphalen pontuou como o setor de Saúde se uniu nos últimos anos, para escutar, elaborar o que escutou e buscar por um bem em comum. “O Parlamento teve grandes avanços na pandemia. Felizmente, a indústria viu a necessidade da aproximação com o parlamento. Os avanços dos recursos de uma sociedade se dão no parlamento”.
“A atividade médica deve ser autônoma. Eu sou um defensor da valorização do segmento não apenas com uma remuneração mais atrativa, mas também com a defesa política de sua identidade profissional, a começar pelo trabalho nos municípios”, Luiz Ovando, deputado federal.
Perspectivas econômicas
“Perspectivas econômicas de 2024 para a Saúde brasileira” foi tema da segunda mesa de debates, com participação de Lídia Abdalla, CEO do Grupo Sabin, Julio Mott Ancona Lopez, diretor-geral do Hospital Brasília Águas Claras / DASA, Breno de Figueiredo, presidente da Confederação Nacional de Saúde – CNSaúde e presidente da Fenaess – Federação Nacional dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde e Mário César, diretor-geral da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos – CMB.
Os debatedores abordaram o acesso à saúde de qualidade, a importância da integração do setor, sustentabilidade e crescimento.
“Iniciamos o ano de 2024 sabendo que, por resultado de 2023, não será um ano simples, mas será focado em ajustes e acomodação, no sentido de ter a responsabilidade de encontrar um caminho de atuação conjunta”, afirma Lídia Abdalla, CEO do Grupo Sabin.
Para Lídia, existe um país crescendo, envelhecendo, e existe uma responsabilidade de levar acesso e medicina de qualidade. “Quando falamos de acesso à saúde e saúde de qualidade, nós do serviço privado atendemos apenas 25%, enquanto o SUS atende 75%. Precisamos de oportunidades de uma integração entre os segmentos”.
Julio Mott, refletiu sobre o grande desafio, enquanto gestor de Saúde, é fazer com que a população dentro do sistema de saúde suplementar seja bem atendida e com um suporte adequado.
“Estimamos que planos verticalizados fiquem mais fortes neste ano. Para o futuro, os planos individuais ficarão mais raros, mas ainda precisamos analisar a qualidade do atendimento. A operadora tende a ser restritiva para os pacientes, pois quando o dinheiro entra, o objetivo passa a ser economizar o máximo possível. Além disso, todos nós, componentes da mesa, concordamos que a saúde suplementar vai crescer. E esse crescimento deve ser eficiente e sustentável, mas certamente os investimentos em tecnologia também são essenciais para o setor”, Julio Mott Ancona Lopez, diretor-geral do Hospital Brasília Águas Claras / DASA.
Mário César, diretor-geral da CMB abordou a discussão sobre o financiamento do setor filantrópico, que atende, hoje, cerca de 70% das internações oncológicas e a judicialização não discute o financiamento. “Não podemos mais viver em função de discutir essa pauta de subfinanciamento. É um assunto que lidamos há anos e precisa ser resolvido”.
Mário César destacou que: “Neste ano, temos que ser otimistas, mas é um momento que requer muita atenção, diálogo e integração de todas as frentes para fortalecermos a saúde como um todo. Não temos consciência da força que temos se trabalharmos juntos e integrados”, Mário César, diretor geral da CMB.