A frequente busca pela melhoria dos processos assistenciais vem colocando algumas instituições de saúde brasileiras em um alto patamar de qualidade no atendimento ao paciente. Este avanço impacta diretamente em áreas chave, como segurança do paciente, acolhimento e eficiência operacional, devido à verificação contínua e integração de alguns processos assistenciais e administrativos.
Muitas vezes, todo este esforço faz com que as Instituições de saúde também busquem os processos de acreditação como uma ferramenta para mapear os pontos passíveis de melhoria, e chancelar seu alto nível de qualidade assistencial.
De acordo com informações da Organização Nacional de Acreditação (ONA), atualmente 295 hospitais em todo o Brasil possuem algum tipo de certificação emitida pela entidade. Um deles é o Cettro, Centro de Câncer de Brasília, que conquistou em 2010 sua primeira acreditação ONA .
“Quando iniciamos o processo, tínhamos a convicção de que a busca não era pelo selo, e sim pela mudança organizacional. A segurança do paciente e o gerenciamento dos processos e riscos trariam oportunidades únicas de melhoria contínua, e o paciente estaria no centro do cuidado”, explica a diretora executiva do Cettro, Claudia Boaventura.
Tamanha dedicação gerou frutos. Desde 2013, o Cettro mantem a certificação em excelência, ONA 3, conquistado com o objetivo de proporcionar as melhoras práticas no cuidado aos pacientes. A lista de benefícios embarcados na acreditação é grande, mas um dos itens favoritos dos gestores é a redução dos desperdícios, eliminando da cadeia de produção tudo aquilo que não agrega valor ao cliente final.
“Em um primeiro momento, tivemos impacto no orçamento. Mas, ao longo do tempo, os benefícios foram valorosos. Tivemos diminuição do retrabalho, do turnover e da manutenção corretiva. Consequentemente, obtivemos maior agilidade nos processos, gerando consequentemente maior satisfação dos pacientes e das fontes pagadoras”, pontua a executiva.
Dentre os muitos itens da lista de benefícios da busca por uma acreditação, destaca-se também a transparência gerada na gestão corporativa. De acordo com a diretora, as melhores práticas de governança foram o desdobramento do planejamento estratégico até o nível operacional, possibilitando o acompanhamento dos resultados assistenciais a partir dos desfechos clínicos dos pacientes, o alinhamento das diretrizes organizacionais às boas práticas clínicas, e a divulgação dos padrões de conduta e estratégia organizacional.
Maestria para adaptações
Para conquistar a acreditação, entretanto, foi preciso realizar mudanças não somente da unidade de saúde e seus colaboradores, mas também revisar e refletir de forma organizada, com uma metodologia estabelecida. A aplicação da sistemática obriga a instituição a fazer uma autocrítica de como o trabalho tem sido feito de acordo com a percepção dos diversos agentes sociais internos, em seus diferentes níveis de atuação de maneira dinâmica, racional e inovadora.
“Nosso principal desafio foi a mudança cultural, pois ela não é imediata. É preciso sensibilizar médicos, funcionários e pacientes de que serão mudanças em que todos se beneficiarão. Mas, com dedicação e esforço, conseguimos ultrapassar qualquer desafio e hoje, somos acreditados graças ao esforço de um todo.”
Parceria para o bem comum
Pensando na exponencialidade de seu crescimento, o Cettro se associou à Rede Einstein de Oncologia. Por meio da integração de marcas junto à instituição, foi possível adquirir práticas de benchmarking, consultorias, treinamentos, qualificações, iniciativas acadêmicas, médicas e científicas em conjunto.
“Com essa estruturação, foi possível investir no Planettre, modelo de cuidado centrado na pessoa. O programa consiste em certificação internacional dentro de uma abordagem colaborativa integrada da cadeia de valor da saúde, o que é exatamente o que buscamos: humanização e centralização do paciente em nosso atendimentos”, ressalta Cláudia.
Esta e outras matérias você confere na edição 65 da Revista Healthcare Management.