“A Revolução trazida pela Inteligência Artificial na Saúde”, por Carlos Montandon

A inteligência artificial tem se estabelecido como uma força transformadora em diversos setores, e a área da saúde não é exceção. A capacidade da IA em processar grandes volumes de dados, identificar padrões complexos e tomar decisões baseadas em evidências está pavimentando o caminho para uma era de cuidados mais personalizados, eficientes e acessíveis, facilitando a transição de uma medicina reativa para uma preventiva.

No entanto, sua adoção também enfrenta desafios significativos. Questões éticas e de privacidade, como a segurança dos dados do paciente e a tomada de decisões autônomas por máquinas, levantam preocupações legítimas. Devido a isso, a colaboração entre cientistas da computação, profissionais de saúde e reguladores é crucial para garantir que a IA seja usada de forma responsável e benéfica para a sociedade.

Além disso, investir em uma infraestrutura de TI sólida, conjuntos de dados de qualidade, capacitação em IA para quem trabalha na área e regulamentação apropriada são passos para assegurar que essa tendência se desenvolva da maneira correta.

No cenário brasileiro, temos testemunhado um aumento notável na aplicação e adoção dessas tecnologias inovadoras. Por possuirmos um sistema de saúde diversificado e desafiador, a IA tem emergido como uma ferramenta valiosa para enfrentar questões como acesso desigual a cuidados médicos e escassez de profissionais.

Este crescimento pode ser evidenciado no relatório “O impacto e o futuro da Inteligência Artificial no Brasil”, elaborado pela Box 1824, agência de pesquisa de tendências em consumo, e a Abstartups (Associação Brasileira de Startups), que mostra que as startups relacionadas à IA no setor de saúde e biotecnologia estão se destacando no país em comparação com outros segmentos.

Essa revolução trazida pela IA pode ser observada no campo do diagnóstico e detecção de doenças, por exemplo, por meio de avançados algoritmos e machine learning, o que oferece um novo paradigma na identificação precoce e precisa de uma ampla gama de condições médicas.

Além disso, a aplicação da inteligência artificial nesse mercado otimiza as operações ao influenciar em processos como automação administrativa, agendamento e análise preditiva. Isso reduz o impacto de tarefas rotineiras sobre os profissionais, enquanto a análise de dados clínicos e epidemiológicos com ajuda da tecnologia melhora as decisões e intervenções preventivas.

As expectativas são de que iremos vivenciar uma transformação significativa na forma como os cuidados médicos são prestados, administrados e aprimorados nos próximos tempos. E isso está moldando um futuro no qual a tecnologia não auxilia apenas quem atua no setor, mas também empodera os pacientes com informações mais acessíveis e abordagens de cuidados mais eficientes.

Desta forma, a IA está redefinindo os limites da medicina em diversos aspectos. De acordo com a Accenture, empresa global de serviços profissionais, esse recurso promoverá uma economia de até US$150 bi por ano até 2026 na indústria médica dos EUA, sendo que essa economia representa 3% dos gastos totais com essa pauta no país.

No entanto, é importante ressaltar que a inteligência artificial não substitui a expertise e o julgamento dos profissionais qualificados, mas sim os capacita. Ela oferece um complemento valioso, poupando tempo e fornecendo informações que podem levar a diagnósticos mais assertivos e tratamentos mais eficazes. A IA está pavimentando o caminho para uma medicina mais proativa, personalizada e centrada no paciente.

*Carlos Montandon é Consultor Sênior de Biotecnologia e Saúde e Startup Hunter da Liga Ventures, maior rede de inovação da América Latina com o propósito de gerar resultados e impacto, conectando as melhores startups às empresas e a todo ecossistema empreendedor

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