“A Semente”, por Marcos Gallo, CEO da Multimax Healthcare Marketing

“A Semente”, por Marcos Gallo, CEO da Multimax Healthcare Marketing

Por volta do ano de 250 anos antes de Cristo, na China antiga, um príncipe da região de Thing-Zda estava as vésperas de ser coroado imperador. Antes disso, porém, de acordo com a lei, ele deveria se casar.

Como se tratava de escolher a futura imperatriz, o príncipe precisava escolher uma moça que em quem pudesse confiar cegamente.

Aconselhado por um sábio, ele resolver convocar todas as jovens da região para encontrar aquela que fosse a mais digna de se casar com o imperador.

Uma senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos para a audiência, sentiu uma grande tristeza – sua filha alimentava um amor secreto pelo príncipe.

Ao chegar em casa e relatar o fato à jovem, espantou-se ao ouvir que ela também pretendia comparecer à audiência. A senhora ficou desesperada.

“Minha filha o que você fará lá? Estarão presentes apenas as mais belas e ricas moças da corte. Tire a ideia insensata da cabeça! Eu sei que você deve estar sofrendo, mas não transforme o sofrimento em uma loucura!”

E a filha respondeu: “Querida mãe, não estou sofrendo e muito menos fiquei louca; sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é a primeira oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe e isso já me torna feliz – mesmo sabendo que meu destino é outro”.

À noite, quando a jovem chegou ao palácio, lá estavam todas as mais belas moças com as mais belas roupas, as mais belas joias e dispostas a lutar de qualquer jeito pela oportunidade que lhes era oferecida.

Cercado da sua corte, o príncipe anunciou a desafio: “Darei a cada uma de vocês uma semente. Aquela que, dentro de seis meses me trouxer a flor mais linda, será a futura imperatriz da China”.

A moça pegou sua semente, plantou-a num vaso, e como não tinha muito habilidade nas artes da jardinagem, cuidava da terra com muita paciência e ternura – pois pensava que se a beleza das flores surgisse na mesma extensão de seu amor, ele não precisaria se preocupar com o resultado.

Passaram-se três meses e nada brotou. A jovem tentou um pouco de tudo, falou com lavradores e camponeses – que lhe ensinaram os mais variados métodos de cultivo – mas não conseguiu nenhum que desse algum resultado.

A cada dia sentia-se mais longe do seu sonho, embora o seu amor continuasse tão vivo como antes.

Por fim, os seis meses se esgotaram e nada nasceu em seu vaso. Mesmo sabendo que nada tinha pra mostrar, estava consciente que seu esforço e dedicação durante todo aquele tempo, de modo que comunicou à sua mãe que retornaria ao palácio, na data e na hora combinada.

Secretamente sabia que este seria o último encontro com o bem-amado e não pretendia perde-lo por nada neste mundo.

Chegou a data da nova audiência. A moça apareceu com seu vaso sem planta e viu que todas as outras pretendentes tinham conseguido bons resultados: cada uma delas tinha uma flor mais linda do que a outra, das mais variadas formas e cores.

Muitas zombaram dela: “como uma fracassada tem a petulância de mostrar um vazo só com a terra?”

Finalmente veio o momento esperado: o príncipe entra e observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas elas, anuncia o resultado: a filha da sua serva seria sua esposa.

Todos os presentes começam a reclamar, dizendo que ele estava escolhendo justamente aquela que não tinha conseguido cultivar nenhuma planta.

Foi então que, calmamente, o futuro imperador esclareceu a razão do desafio.

“Ela foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz: a flor da sinceridade. Todas as sementes que entreguei a vocês eram estéreis e delas não podia nascer uma flor de jeito nenhum”.

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