Com brilhante trajetória na Saúde, Claudia Cohn defende inclusão e diversidade no setor

Filha de pais alemães refugiados do nazismo, Claudia Cohn foi a primeira de sua família a enveredar-se para o setor da Saúde. O primeiro passou aconteceu em 1985, quando Claudia ingressou no curso de Biomedicina, na Universidade Santo Amaro, em São Paulo.

“Naquele momento, eu via um futuro bem interessante e generalista, no sentido de poder cobrir todas as especialidades. Eu adoro tanto a parte técnica quanto a gestão e isso era possível na Biomedicina”. 

 De aluna apaixonada pelo diagnóstico à microbiologista dedicada, Claudia tem no currículo passagem por instituições como o Hospital Israelita Albert Einstein.

Em 1992, Claudia começou sua trajetória próxima do que seria sua paixão: o laboratório. A executiva iniciou seu trabalho Delboni Auriemo, empresa do ramo na grande São Paulo, e ali, teve os primeiros contatos com a liderança no setor. “Houve uma transformação no laboratório e eu tive a oportunidade de participar e viver tudo isso. Éramos de porte pequeno e crescemos até nos tornarmos um Hub da Saúde nacional”, explica. 

Ao longo da carreira, Claudia se interessou por outras áreas e, então, apostou em um MBA em Economia e Gestão. “Fui então para a gestão executiva e nunca mais saí”. 

Claudia iniciou suas atividades em na multinacional americana Signa, empresa na área da Saúde, com atuação em mais de 26 países. “Aprendi demais ali, pois tinha que responder prazos e resultados a executivos e equipes de outros locais”.

Foi então que, em 2001, a vida profissional de Claudia tomou um rumo diferente. A multinacional optou por diminuir suas operações e a executiva foi uma das responsáveis pela negociação de venda da unidade no Brasil. “Eu tive que apresentar parte da empresa na qual não trabalharia mais. Foi talvez, um dos grandes momentos da minha carreira”, ressalta.

Um dos empresários interessados na compra da empresa era Edson Bueno, fundador da Amil, que percebeu em Claudia um diferencial em seu trabalho. “Ele disse que eu transmitia paixão pelo o que fazia através do meu olhar e que se ele adquirisse o negócio eu iria trabalhar com ele”, lembra. 

Edson Bueno comprou a empresa e, então, Claudia passou a integrar o seu time. Em 2001, a partir da fusão de duas empresas, Edson criou a Dasa Diagnósticos da América. “Ele me convidou para ser diretora desse novo empreendimento. Foi realmente uma honra para mim. Não me lembro de ter ficado sem conversar com o Edson até a data de seu falecimento”. 

Hoje, Claudia é diretora-executiva na Dasa, empresa que se orgulha em fazer parte. “É incrível poder crescer junto com a empresa. Aprendo todos os dias”.

Representatividade

Em 2010, Claudia conheceu o médico Romeu Domingues que, naquela época, ocupava o cargo de presidente do conselho da Dasa. “Frente aos problemas no mercado com o Ministério da Saúde, ele conversou com outros líderes do setor e nós criamos a Abramed, Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica”.

A executiva decidiu por concorrer ao cargo de presidente do conselho, e permanece no cargo até 2019. “Foi uma honra exercer esse trabalho por tantos anos”. Atualmente, a executiva é membro do conselho.

Além da participação na Abramed, Claudia é conselheira do Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde (CBEXs), coordenadora do Conselho de diagnóstico da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), diretora adjunta do comitê de saúde da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), diretora adjunta Federação Brasileira de Administradores Hospitalares (FBAH) e conselheira do Instituto Coalizão Saúde (ICOS).

Diversidade em pauta

A busca por mais inclusão social tanto na empresa, quanto no setor, é uma das bandeiras defendidas por Claudia Cohn. A executiva participa do Comitê de Diversidade da Dasa, que tem como objetivo debater e promover questões de gênero dentro da empresa. 

“É preciso ter mais mulher em conselhos. Eu trabalho para isso hoje, para formar pessoas e me informar o suficiente para contribuir que isso aconteça não só na Saúde, mas em outras áreas também”, ressalta.

A executiva participa do Programa de Diversidade do Conselho do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), na qual 40 mulheres foram selecionadas entre 800 candidatas para formação em conselhos. “Olho para a liderança e para o Brasil. É isso que eu estou fazendo hoje na minha trajetória”, pontua.

A pauta da diversidade no trabalho é, inclusive, um dos objetivos de vida da executiva. Claudia está trabalhando em um novo livro sobre a libertação de dogmas sociais. “Não rotule uma mulher, a partir do que você acha. Nós desempenhamos papéis maravilhosos. Estou escrevendo um livro e meu objetivo é propiciar essa temática”, explica.

“Eu creio em uma Saúde de qualidade no Brasil e quero levar em todos os conselhos que participo que uma colaboração com alta-performance, transforma”, ressalta. 

Assista a entrevista completa com Claudia Cohn, da DASA.

 

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