Page 106 - Revista Healthcare Management - Edição 59
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MERCADO








            Convênio ICMS
             A pesquisa da Abraidi mostrou o impac-
            to entre os associados em caso de uma pos-
            sível não renovação do Convênio do ICMS
            01/99 no Confaz que prevê uma série de
            isenções e reduções tributárias no setor da
            saúde. O levantamento revelou que, sem o
            acordo no Confaz, a elevação de impostos
            poderá complicar a situação financeira de
            muitas empresas que já vivem no limite.
            “43,5% disseram que podem fechar se o
            convênio não for renovado, 38,7% deixa-
            riam de atender o SUS, 45,2% não vende-
            riam mais alguns produtos ou mudariam
            de  especialidade  e  46,8%  fariam  demis-
            sões. Apenas 6,5% dos associados não so-
            freriam impactos com o fim do convênio
            do ICMS”, relatou Sérgio Rocha.

                                             Sérgio Rocha (presidente da Abraidi) faz apresentação de estudo inédito
            Distorções do setor
             O trabalho apresentou ainda as diversas
            distorções existentes na saúde revelando
            que as perdas e as onerações causadas à
            operação dos fornecedores de produtos
            para o segmento chegaram a 55%. Na
            pesquisa anterior, realizada em 2017, este
            índice já era elevado, mas menor do que
            o  registrado  agora:  42%.  “Vivemos  uma
            crise sem precedentes provocada pelo
            desequilíbrio de responsabilidades entre
            os players na saúde. Precisamos, urgente-
            mente, olhar para os problemas e buscar
            soluções comuns para a sustentabilidade”,
            conclamou Rocha.
             O estudo da Abraidi apontou três im-
            portantes distorções que, somadas, re-
            presentam R$ 1,17 bilhão. A retenção de
            faturamento, quando uma fonte pagadora
            - plano de saúde ou hospital -, após a re-
            alização de uma cirurgia previamente au-  Da esq. para a dir.: Diego Falcochio (presidente da Comissão de Controle de Material
                                             Ortopédico da SBOT), Idalina Brasil (diretora técnica de serviços – CME – do Instituto de
            torizada, não permite o faturamento dos   Ortopedia e Traumatologia do HC da USP), Sérgio Madeira (diretor técnico da Abraidi),
            produtos consumidos, postergando assim   e Leandro Rodrigues Pereira (gerente geral de Tecnologia de Produtos para Saúde da
            o pagamento, contingenciou recursos da   Anvisa)
            ordem de R$ 488,5 milhões. As glosas
            atingiram 87% dos associados e totaliza-
            ram R$ 127,2 milhões. Já a inadimplência,
            quando um fornecedor não é remunerado
            após 180 dias, foi estimada em R$ 554,8
            milhões, afetando 81% dos associados.


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