Page 128 - 100 Mais Influentes da Saúde
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IGO
PRECISAMOS Edson Rogatti
PENSAR NO SUS
Edson Rogatti, diretor-presidente
da Fehosp -Federação das Santas
Casas e Hospitais Beneficentes do
Estado de São Paulo e presidente
da CMB – Confederação das Santas
Casas e Hospitais Filantrópicos.
Oano de 2017 trou- Estado fornece recursos finan- plantou um mecanismo que
xe certo alívio ceiros para os hospitais que está sendo capaz de corrigir
para o setor filan- aderiram ao programa e cum- distorções históricas da rede
trópico de saúde, prem às exigências do convê- pública de saúde.
com a aprovação do Pró Santas nio de prestação de serviços
Casas, programa que concede de saúde, seguindo 12 requisi- Esta é uma solução a lon-
duas linhas de crédito para as tos que constam na Resolução, go prazo para o SUS, mas que
entidades filantrópicas, e com sendo um deles as metas pro- precisa começar a ser aplicada
a liberação de mais recursos, postas na Política Estadual de com máxima urgência. Somen-
anunciadas no início deste ano Humanização. te desta forma há perspectivas
pelo Governo Federal. de um sistema sustentável no
Entretanto, estas medidas O programa tem o objetivo futuro. Os demais governos es-
não resolvem os problemas de de contribuir para o desenvol- taduais devem avaliar a inicia-
nossos hospitais, estando claro vimento de hospitais capazes tiva paulista e pensar em criar
que o Sistema Único de Saúde de prestar serviços de saúde programas similares.
ficará insustentável se não hou- de qualidade e resolutivos, de
ver uma profunda mudança na média e de alta complexidade. As medidas paliativas, como
sua dinâmica. Claro que pre- Inicialmente, o programa ins- os incentivos que mencionei no
cisamos de mais dinheiro e de titui uma rede de serviços hie- início deste texto, não devem
uma revisão na Tabela de Pro- rarquizada na qual hospitais ser suspensas, logicamente. Tal
cedimentos, mas também vejo chamados “estruturantes”, atitude causaria um colapso
que há a extrema necessidade localizados nas principais ci- na saúde, ainda mais nos tem-
de se criar novas ideias e inserir dades das regiões do Estado, pos atuais, em que há mais de
novas práticas no Sistema para servem de referência para as 13 milhões de brasileiros sem
prover à população a saúde pre- outras unidades menores – emprego e, consequentemente,
vista na Constituição, universal “estratégicas” e “de apoio” sem planos de saúde privados.
e de qualidade. – na organização do atendi-
O programa Santas Casas mento e treinamento profis- Vamos aproveitar momento
SUStentáveis, uma parceria sional. Esse topo da pirâmide de reflexão que o fim do ano nos
entre a Secretaria Estadual de ainda faz a distribuição dos propicia e refletir sobre o SUS,
Saúde e a Fehosp, é um exem- pacientes entre as unidades da sua realidade e o que precisa ser
plo que nova prática que o se- rede respeitando as caracterís- feito para torná-lo exemplar.
tor necessita. Há três anos, o ticas de cada caso. Com isso, Este é um papel de autoridades,
a administração estadual im- gestores e população. Enfim, de
todos nós, brasileiros, que aspi-
ram um país melhor. H
128 healthcaremanagement.com.br | edição 51 | HEALTHCARE Management
PRECISAMOS Edson Rogatti
PENSAR NO SUS
Edson Rogatti, diretor-presidente
da Fehosp -Federação das Santas
Casas e Hospitais Beneficentes do
Estado de São Paulo e presidente
da CMB – Confederação das Santas
Casas e Hospitais Filantrópicos.
Oano de 2017 trou- Estado fornece recursos finan- plantou um mecanismo que
xe certo alívio ceiros para os hospitais que está sendo capaz de corrigir
para o setor filan- aderiram ao programa e cum- distorções históricas da rede
trópico de saúde, prem às exigências do convê- pública de saúde.
com a aprovação do Pró Santas nio de prestação de serviços
Casas, programa que concede de saúde, seguindo 12 requisi- Esta é uma solução a lon-
duas linhas de crédito para as tos que constam na Resolução, go prazo para o SUS, mas que
entidades filantrópicas, e com sendo um deles as metas pro- precisa começar a ser aplicada
a liberação de mais recursos, postas na Política Estadual de com máxima urgência. Somen-
anunciadas no início deste ano Humanização. te desta forma há perspectivas
pelo Governo Federal. de um sistema sustentável no
Entretanto, estas medidas O programa tem o objetivo futuro. Os demais governos es-
não resolvem os problemas de de contribuir para o desenvol- taduais devem avaliar a inicia-
nossos hospitais, estando claro vimento de hospitais capazes tiva paulista e pensar em criar
que o Sistema Único de Saúde de prestar serviços de saúde programas similares.
ficará insustentável se não hou- de qualidade e resolutivos, de
ver uma profunda mudança na média e de alta complexidade. As medidas paliativas, como
sua dinâmica. Claro que pre- Inicialmente, o programa ins- os incentivos que mencionei no
cisamos de mais dinheiro e de titui uma rede de serviços hie- início deste texto, não devem
uma revisão na Tabela de Pro- rarquizada na qual hospitais ser suspensas, logicamente. Tal
cedimentos, mas também vejo chamados “estruturantes”, atitude causaria um colapso
que há a extrema necessidade localizados nas principais ci- na saúde, ainda mais nos tem-
de se criar novas ideias e inserir dades das regiões do Estado, pos atuais, em que há mais de
novas práticas no Sistema para servem de referência para as 13 milhões de brasileiros sem
prover à população a saúde pre- outras unidades menores – emprego e, consequentemente,
vista na Constituição, universal “estratégicas” e “de apoio” sem planos de saúde privados.
e de qualidade. – na organização do atendi-
O programa Santas Casas mento e treinamento profis- Vamos aproveitar momento
SUStentáveis, uma parceria sional. Esse topo da pirâmide de reflexão que o fim do ano nos
entre a Secretaria Estadual de ainda faz a distribuição dos propicia e refletir sobre o SUS,
Saúde e a Fehosp, é um exem- pacientes entre as unidades da sua realidade e o que precisa ser
plo que nova prática que o se- rede respeitando as caracterís- feito para torná-lo exemplar.
tor necessita. Há três anos, o ticas de cada caso. Com isso, Este é um papel de autoridades,
a administração estadual im- gestores e população. Enfim, de
todos nós, brasileiros, que aspi-
ram um país melhor. H
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