A Santa Casa de Valinhos, localizada no interior do Estado de São Paulo, está implementando um projeto de identificação e localização do equipamentos de sua UTI com o uso de beacons – dispositivos que emitem sinais que são captados por antenas conectadas à uma central de controle, responsável por conferir e armazenar os dados em um servidor. Essa iniciativa, que começou em agosto de 2017, sem custo para a instituição, foi realizada em parceria com as empresas Taggen Soluções IoT e Biocam Equipamento Médico-hospitalares.
Todos os dados coletados por meio dos beacons são integrados a um sistema de Engenharia Clínica, para que sejam analisados pelo Watson da IBM, otimizando assim os recursos do hospital.
O superintendente da instituição, Edson Manzano, explica que o projeto surgiu da necessidade de atualizar o inventário, monitorar os deslocamentos e localizar os dispositivos. “O sistema de rastreamento em tempo real dificulta desvios e furtos, facilita a localização dos equipamentos para o atendimento do paciente, diminui alguns custos de manutenção e agiliza as auditorias dos ativos. Substitui controles que, até então, eram feitos manualmente. Conseguimos otimizar melhor os nossos recursos”, destaca Manzano. Entre os equipamentos rastreados estão os monitores cardíacos, bombas de infusão e equipamentos de eletrocardiograma. A implantação desse projeto de IoT permite atender as normas vigentes de inventários anuais e também a manutenção do certificado ONA (Organização Nacional de Acreditação), que avalia a qualidade dos serviços de saúde.
De acordo com o superintendente, esse novo recurso vai ao encontro da meta de estabelecer uma gestão transparente e com melhorias contínuas, aspectos fundamentais para o aprimoramento da administração de uma Santa Casa – hospital filantrópico e sem fins lucrativos, que precisa maximizar o direcionamento dos repasses recebidos dos órgãos públicos e as doações.
“Os beacons são pequenos dispositivos IoT com tecnologia BLE (bluetooth low energy) que, entre outras funcionalidades, permitem compor soluções de detecção de objetos em ambientes internos a um custo acessível”, destaca Werter Padilha, CEO da Taggen.
Esses pequenos tags ativos – que no modelo à bateria podem durar vários anos -, são colocados nos equipamentos médicos e enviam os sinais para leitores (gateways IoT) instalados nas dependências internas do estabelecimento.
O CEO da Biocam, Rogério Ulbrich, complementa: “os leitores detectarão os beacons atrelados aos ativos e enviarão essas informações através de uma rede wi-fi, para nosso serviço em nuvem, responsável por mapear a localização em tempo real de cada objeto no hospital, e disponibilizar a informação à administração ou ao corpo médico com a criticidade e agilidade exigida.”
De acordo com o hospital, diante do sucesso dessa iniciativa, a próxima meta será ampliar o projeto para os equipamentos do Pronto Socorro e Centro Cirúrgico, acompanhados dos demais recursos técnicos. Isso deverá ocorrer ainda nos primeiros meses de 2018 com a expectativa de monitorar mais de 130 equipamentos, com resultados positivos no atendimento à população. Como resultado da implementação, o hospital passou a ter maior controle de movimentação dos equipamentos, além do aumento na segurança e redução de custo operacional, devido ao menor tempo para se localizar um equipamento ocioso. Houve também a redução de custos associados com infraestrutura para equipamentos que não deveriam ser movimentados e a utilização das informações geradas para a realização de melhorias nos seus processos logísticos internos.
Matéria publicada na 11ª edição da Revista Health-IT.