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ABIMED lança cartilha com novas regras de licitações

Publicação gratuita, desenvolvida em parceria com a Splaw Advogados, traduz a nova legislação em linguagem simples e prática

Com o lançamento do novo Guia de Boas Práticas de Licitações da ABIMED, a Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia para Saúde dá um passo estratégico rumo a um ambiente de compras públicas mais transparente, eficiente e colaborativo.

A iniciativa foi apresentada durante a Hospitalar 2025 como resposta a um dos maiores desafios enfrentados por empresas do setor: a falta de entendimento das novas regras do jogo por parte dos gestores públicos.

A nova cartilha não é apenas um documento técnico. Ela é, segundo os idealizadores, uma ferramenta didática, visual e acessível – pensada para que até quem nunca teve contato direto com a legislação consiga compreender os princípios da nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/21).

“A pergunta que guiou todo o trabalho foi: o seu pai entenderia essa explicação?”, resumiu Benny Spiewak, da Splaw Advogados.

A origem: dores compartilhadas

O material nasceu de um intenso trabalho de escuta com associados. “Foram quase sessões terapêuticas”, relatou Jorge Khauaja, da ABIMED, um dos responsáveis pela construção da cartilha.

A equipe ouviu diretamente das empresas suas maiores dificuldades no relacionamento com a gestão pública: licitações mal conduzidas, desconhecimento sobre regras básicas e insegurança jurídica que leva a impugnações, mandados de segurança e até judicialização dos processos.

Esse levantamento mostrou que muitos gestores municipais ainda operam sob a lógica da antiga legislação, sem compreender que a mudança não é opcional. E pior: quando precisam ser instruídos sobre os novos procedimentos, essa tarefa frequentemente recai sobre a própria empresa vencedora da licitação, o que pode gerar interpretações enviesadas e desconfianças.

Um novo papel para as associações

Para evitar que as empresas tenham de individualmente “ensinar” os gestores públicos, a ABIMED assumiu um papel educativo.

A cartilha representa um movimento coletivo, neutro e institucional para disseminar boas práticas sem interferências comerciais. “Quando a orientação vem da associação, a relação deixa de ser pessoal e passa a ser institucional”, reforçaram os porta-vozes. O conteúdo do guia foi estruturado em três etapas:
1. Mapeamento de dores do setor.
2. Elaboração jurídica do conteúdo com base nas novas normas.
3. Tradução desse conhecimento em linguagem acessível e visual, com pílulas informativas, glossário e exemplos práticos.

O objetivo é claro: transformar o desconhecimento em capacitação, com foco em clareza, objetividade e aplicabilidade no dia a dia das prefeituras e empresas.

Um material vivo, em constante atualização

A cartilha lançada agora é apenas a versão 1.0 de um produto que será constantemente aprimorado. A ABIMED convocou os associados a contribuírem com casos, relatos e experiências – ainda que anonimizadas – para alimentar futuras versões do material.

A ideia é que o guia evolua com o tempo, refletindo não apenas atualizações legais, mas também aprendizados práticos do setor.

Já estão previstas futuras edições, que incluirão decisões recentes de Tribunais de Contas e outros entendimentos relevantes da administração pública.

A meta é manter o guia sempre atualizado e útil para todas as pontas da cadeia: de grandes empresas às redes de distribuidores regionais, passando por prefeituras e consórcios intermunicipais.

Entendendo o novo cenário de compras públicas

A palestra destacou ainda um ponto importante: o impacto das emendas parlamentares impositivas no direcionamento dos recursos públicos.

Com cada vez mais verbas sendo destinadas diretamente pelos parlamentares a municípios, as compras descentralizadas, consorciadas e regionalizadas devem se tornar ainda mais comuns. Isso cria um cenário em que prefeituras de pequeno porte, como Águas de Lindóia, passam a liderar processos licitatórios milionários, muitas vezes sem estrutura técnica adequada.

“Se nós, como indústria, não trouxermos informação clara e acessível, vamos continuar criticando um sistema que a gente mesmo não ajuda a evoluir”, afirmou Benny Spiewak.

Para além dos gestores: distribuidores e vendedores também são público-alvo.

Embora o público-alvo primário do guia sejam os gestores públicos, a cartilha foi desenvolvida para ser útil também às equipes comerciais das empresas, especialmente aquelas que atuam por meio de distribuidores locais.

A linguagem acessível e direta facilita a compreensão por quem não tem formação jurídica ou experiência prévia com licitações, fortalecendo a base da atuação comercial com segurança e ética.

Um pacto por um ambiente de negócios mais saudável

Para a ABIMED, esse lançamento simboliza mais do que um novo produto: representa um pacto pela transparência e pela profissionalização das compras públicas em saúde.

A entidade reforça seu compromisso com a construção de um mercado regulado, ético e sustentável, e convida todas as empresas associadas a adotarem, divulgarem e contribuírem com a evolução da cartilha.

A versão digital do guia estará disponível, em alguns dias, gratuitamente no site da ABIMED, podendo ser usada e compartilhada livremente por todos os interessados.

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