Page 19 - A Engrenagem que move o Setor
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Cerca de 98% dos atendimentos feitos E as parcerias com o setor público?
no Hospital São Paulo são feitos pelo SUS. Também procuramos os entes públicos,
O sr. pensa em reduzir esta quantidade como a Secretaria de Saúde do município.
por causa da crise? O município de São Paulo não põe nenhum
Essa possibilidade existe, se nós vamos recurso no Hospital. A gente atende muní-
buscá-la é outra coisa. Eu não gostaria de fa- cipes, oferece consultas, exames e mesmo
zer isso. Não estamos escolhendo a clientela. assim eles não colocam nenhum recurso. Eu
O nosso perfil, educação e história é atender o fui oferecer a minha capacidade instalada
ente público. Nós temos condições de atender para fazer exames para o Programa Co-
a saúde suplementar, somos uma entidade fi- rujão, que o prefeito João Dória Jr. e o se-
lantrópica. E para ser uma entidade filantrópica cretário Wilson Pollara instituíram. Naquela
cerca de 60% dos atendimentos devem ser via oportunidade, eles não compraram nossos
SUS, nós prestamos 98% e queremos ficar as- serviços, compraram de outros. E o porquê
sim. Será que para atender o SUS eu vou preci- disso eu não sei te dizer.
sar fazer bingo? Vou precisar vender pipoca na Falando sobre a atual gestão da cidade
frente do hospital para recompor o orçamento? de São Paulo, qual a sua avaliação sobre
Os governantes têm que nos ouvir. Nós somos esta gestão na Saúde?
parceiros do sistema e não inimigos.
A tônica que está sendo usada é atender
10O hospital está procurando parcerias a urgência com filas, exames, atendimentos,
consultas. Isso não é o suficiente. Se não exercer
com o setor privado para sair dessa crise? programas bem estabelecidos vamos fazer exa-
Nós temos em nossas receitas muitas mes e o doente vai continuar com a doença. Mas
eu creio que a Secretaria municipal está com
8doações. O setor privado e a sociedade civil or- uma boa intenção. É um pouco do que nós esta-
ganizada têm por hábito doar recursos para o mos fazendo aqui: apagando incêndio no lugar
hospital. A maioria das doações são para ca- de pensar no projeto. Quando você aprende a
pital, reforma de uma unidade, compra de um fazer gestão, a parte gostosa é o planejamento,
equipamento. As doações são muito mais para a execução, a correção de roubos. O que temos
capital do que para custeio. Ninguém doa di- feito hoje é apagar incêndio e isso é uma pena.
nheiro para comprar fralda ou gases, mas sim Isso significa perda de tempo e de profissionais
para reformar uma enfermaria, por exemplo. capacitados para resolver questões que o orça-
Neste atual momento, existem alunos e pro- mento deveria resolver, que a própria cultura na-
fessores se reunindo com empresas para arre- cional deveria ter resolvido.
cadarem recursos a fim de ajudar no custeio,
que é o nosso atual problema. Se você per-
guntar se eu quero verba para reformar uma
unidade ou para comprar insumos, minha res-
posta será para custeio, para pagar meus salá-
rios, comprar comida, remédio, lençol. É disso
que a gente precisa.
19HEALTHCARE Management | edição 48 | healthcaremanagement.com.br
no Hospital São Paulo são feitos pelo SUS. Também procuramos os entes públicos,
O sr. pensa em reduzir esta quantidade como a Secretaria de Saúde do município.
por causa da crise? O município de São Paulo não põe nenhum
Essa possibilidade existe, se nós vamos recurso no Hospital. A gente atende muní-
buscá-la é outra coisa. Eu não gostaria de fa- cipes, oferece consultas, exames e mesmo
zer isso. Não estamos escolhendo a clientela. assim eles não colocam nenhum recurso. Eu
O nosso perfil, educação e história é atender o fui oferecer a minha capacidade instalada
ente público. Nós temos condições de atender para fazer exames para o Programa Co-
a saúde suplementar, somos uma entidade fi- rujão, que o prefeito João Dória Jr. e o se-
lantrópica. E para ser uma entidade filantrópica cretário Wilson Pollara instituíram. Naquela
cerca de 60% dos atendimentos devem ser via oportunidade, eles não compraram nossos
SUS, nós prestamos 98% e queremos ficar as- serviços, compraram de outros. E o porquê
sim. Será que para atender o SUS eu vou preci- disso eu não sei te dizer.
sar fazer bingo? Vou precisar vender pipoca na Falando sobre a atual gestão da cidade
frente do hospital para recompor o orçamento? de São Paulo, qual a sua avaliação sobre
Os governantes têm que nos ouvir. Nós somos esta gestão na Saúde?
parceiros do sistema e não inimigos.
A tônica que está sendo usada é atender
10O hospital está procurando parcerias a urgência com filas, exames, atendimentos,
consultas. Isso não é o suficiente. Se não exercer
com o setor privado para sair dessa crise? programas bem estabelecidos vamos fazer exa-
Nós temos em nossas receitas muitas mes e o doente vai continuar com a doença. Mas
eu creio que a Secretaria municipal está com
8doações. O setor privado e a sociedade civil or- uma boa intenção. É um pouco do que nós esta-
ganizada têm por hábito doar recursos para o mos fazendo aqui: apagando incêndio no lugar
hospital. A maioria das doações são para ca- de pensar no projeto. Quando você aprende a
pital, reforma de uma unidade, compra de um fazer gestão, a parte gostosa é o planejamento,
equipamento. As doações são muito mais para a execução, a correção de roubos. O que temos
capital do que para custeio. Ninguém doa di- feito hoje é apagar incêndio e isso é uma pena.
nheiro para comprar fralda ou gases, mas sim Isso significa perda de tempo e de profissionais
para reformar uma enfermaria, por exemplo. capacitados para resolver questões que o orça-
Neste atual momento, existem alunos e pro- mento deveria resolver, que a própria cultura na-
fessores se reunindo com empresas para arre- cional deveria ter resolvido.
cadarem recursos a fim de ajudar no custeio,
que é o nosso atual problema. Se você per-
guntar se eu quero verba para reformar uma
unidade ou para comprar insumos, minha res-
posta será para custeio, para pagar meus salá-
rios, comprar comida, remédio, lençol. É disso
que a gente precisa.
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