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SAÚDE 10
pontuando a gestão
Falamos de dois dos hoje, o acesso às informações
três desafios citados; de Saúde através da internet
e como vencer a ques- é extremamente facilitado. No
8 tão dos custos? Google, cada vez mais, há mais
O terceiro é a questão dos cus- informações certeiras do que
tos de saúde. Os países, hoje, errôneas, inclusive. É possível
gastam cada vez mais percen- acessar informação de boa qua-
tuais de seus PIBs com Saúde, lidade, de graça. Nos Estados
e isso precisa ter um fim. E não Unidos, visitei a Apple e alguns
estou sequer falando de países centros médicos que me im-
desorganizados; visitei recente- pressionaram muito em relação
mente a Holanda, que gasta 11% como tratam essa questão da
do PIB com Saúde, sendo uma tecnologia. A partir da conec-
das melhores saúdes da Europa, tividade apresentada por eles,
com um sistema muito organi- tanto de médicos quanto de pa-
zado que atende 17 milhões de cientes, inspiramos a desenvol-
pessoas e uma porta de entrada ver alguns projetos.
muito bem regulada através do
médico de família. Mas, ainda as-
sim, gasta 11% do PIB para tornar Como o Mater Dei
isso possível, devido às duas ou- acompanha a quali-
tras questões: o envelhecimento 10dade de sua atuação?
da população e a necessidade Nossa construção da Saúde
de conectividade e incorporação Baseada em Valor começou em
tecnológica. Então, o terceiro de- 2003, quando eu ainda era Dire-
safio, basicamente, é aprender a tor Clínico e Técnico do Hospital.
lidar com os custos da área. É um Começamos, de maneira pio-
desafio mundial, que independe neira no Brasil, um programa de
da forma como os países se orga- governança clínica e gestão do
nizam; é uma questão de custo- corpo clínico que, inclusive, se
-benefício das ações. tornou um livro, publicado jun-
to a outros dois autores, sobre a
questão da experiência dos hos-
E esta, digamos, “re- pitais da Anahp. Estabelecemos
volução tecnológica” em 2003, portanto, uma gover-
coloca a Saúde tradi- nança na qual as equipes médi-
9 cional em xeque? cas, baseadas em protocolos as-
Como disse, as pessoas pas- sistenciais e em análises críticas
saram a querer com mais afin- de resultados, estabelecia metas
co serem donas de seus desíg- e métricas; passamos a acompa-
nios e protagonizar aquilo que nhar os resultados assistenciais
é importante para sua saúde. E, regularmente.
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